Regras do Jiu-jitsu
O jiu-jitsu é a arte marcial mais antiga, perfeita, completa e eficiente de Defesa Pessoal. Sua origem apesar de contraditória é atribuída a China depois Índia, Japão e Brasil, onde se desenvolveu, aprimorou e tornou-se o centro mundial desta preciosa arte. O jiu-jitsu desportivo é a parte competitiva, onde os atletas exibirão suas habilidades técnicas, físicas e psicológicas com o objetivo de alcançar a vitória sobre seus adversários. As competições são o marco do esporte, é o momento mais importante para os atletas, técnicos-professores e para todos aqueles que estão envolvidos direta ou indiretamente, não cabendo pôr tanto, a vitória a qualquer custo, ao contrário o fair play deve ser o principal norteador. O comportamento ético é o que dará ao esporte credibilidade e segurança, fatores indispensáveis ao nosso esporte, pois, pôr isso só, já conquistamos o espaço na sociedade, em seus aspectos de eficiência e de eficácia, tornando-o o esporte espetáculo. Assim sendo, para se almejar a participar do maior espetáculo do mundo, que é as Olimpíadas, devemos estar imbuídos deste objetivo, tornando o jiu-jitsu desportivo a nossa meta. Artigo 1°- Área de Competição É toda a área que componha o palco da competição, que poderá ser composta de uma ou mais áreas de lutas, com todo pessoal de apoio: direção dos trabalhos, arbitragem, cronometristas, fiscais, segurança e um departamento disciplinar convocado pela diretoria que atuará no julgamento no decorrer do evento, com poderes de punir qualquer conduta antiesportiva ou ética de técnicos-professores, atletas, árbitros e de qualquer assistente que se mantenha no recinto da competição que esteja atrapalhando o bom andamento do evento em questão. ÁREA DE LUTAS: Cada área (ringue) será composta de no mínimo 64,00 m2 e no máximo de 100 m2. A área de 64 m2 será assim dividida: Área interna, (Área de Combate) 36,00 m2. Área de Segurança, composta de tatames em toda a volta da área de combate sendo que de cor diferente. Exemplo: tatames de 2x1: 18 placas na área de combate e 14 placas na área de segurança. |
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Artigo 2°- Equipamentos MESA DIRETORA: Será a mesa de direção dos trabalhos da competição, onde ficará somente o locutor controlador das chaves e autoridades competentes; ficará ela, localizada à frente do ringue, devendo tanto quanto possível, ser uma mesa para cada área de luta. Paralelamente à mesa diretora ficarão as cadeiras para os Árbitros e Anotadores e somente eles poderão ocupar as essas cadeiras. Ao lado das cadeiras dos árbitros ficará uma mesa, que será ocupada pelo Fiscal da arbitragem. Cabe ao Fiscal da arbitragem fiscalizar o bom andamento da arbitragem, também fiscalizará as credenciais dos atletas da competição. b) Placar c) Cronômetros Artigo 3º- Arbitragem O combate será conduzido por um árbitro central sob supervisão da comissão de arbitragem. O árbitro central será assistido pelos anotadores e cronometristas. O árbitro central será a autoridade máxima dentro do ringue, não podendo ninguém mudar o seu resultado, a não ser o próprio, em casos de interpretação errada do placar, cabendo a ele unicamente o comando da luta e a possibilidade de desclassificação dos lutadores durante a luta. Em casos especiais o Tribunal de Justiça Desportiva da CBJJ, poderá julgar e decidir no resultado, cumprindo os prazos legais. Caso o árbitro mostre-se incapacitado de continuar a arbitrar pôr motivos de erros, os Fiscais do evento poderão trocá-lo. Durante o combate o Árbitro Central, estará sempre dirigindo os lutadores para o centro da área de luta (ringue), caso perceba que os lutadores estão muito próximos à linha divisória conduzirá a luta para o centro, e dizendo energicamente a palavra “PAROU”, seguido do gesto relativo a este comando, os lutadores não poderão se mexer até que determine a continuação da luta. O mesmo ocorrerá quando os lutadores tenham até 2/3 (dois terços) do corpo para fora da área de luta. O Árbitro puxará os contendores para o meio, obedecendo à mesma posição em que estavam, caso o Árbitro tenha dificuldade de mover os atletas, o mesário e somente ele, ajudará o Árbitro ou poderá fazer com que os atletas se coloquem de pé e retornem para o centro da área de luta na mesma posição. O Árbitro não permitirá a interferência de terceiros durante a luta, o médico, enfermeiro ou massagista, somente poderão dar assistência quando solicitados e autorizados pelo Árbitro. Após a mesa apitar o término do combate, o árbitro poderá dar uma vantagem para o atleta que estiver em posição que vale ponto e este não tiver sido dado ainda, ou no caso de uma posição de finalização que estiver encaixada, exceto para queda que deverá ser dado o ponto, pois esta não precisa de tempo para domínio. O mesário deverá se certificar de que está completamente atualizado dos comandos e gestos atualmente usados para a marcação dos pontos. As anotações nos placares serão de responsabilidade do mesário, não podendo quem quer que seja exceto o Árbitro Central, influir ou modificar as suas anotações. OBS: Fica a critério da CBJJ a utilização de três árbitros por área, sendo que, quando os três estiverem em atuação os critérios são estes: Os dois árbitros laterais têm poderes iguais ao Central, ou seja, de validar os pontos, vantagens ou punições que árbitro central tenha marcado ou não, e discordar da pontuação validada pelo árbitro central. Sempre teremos o critério de dois contra um, isto é, quando dois estiverem de acordo e um não concordar, fica valendo a pontuação dos dois que haviam concordado. Caso os dois árbitros laterais marcarem pontos, vantagens ou punições e o Central não tiver marcado, este tem de acatar a marcação dos dois laterais e, caso os três tenham marcado pontuações diferentes fica valendo a pontuação intermediária. Ex: O central marca ponto de passagem de guarda, um lateral marca somente uma vantagem e o outro lateral não marca nada. Ficará validada a pontuação de vantagem por ser a intermediária. IMPORTANTE: Toda e qualquer situação que possa acontecer que não estiver especificado neste manual de regras ficará a critério a decisão por conta do Árbitro central. Posição e função do árbitro central O árbitro central de modo geral deverá permanecer na área de combate.Deverá dirigir o combate proferindo os resultados e certificando-se que suas decisões sejam corretamente registradas no placar. INTERPRETAÇÃO DO PLACAR O placar tem os seguintes pontos colocados horizontalmente lado a lado: 4 pontos – montada e pegada pelas costas |
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O árbitro tem que em primeiro lugar olhar para os pontos, vence o atleta que tiver o maior somatório de pontos, caso estejam empatados, o árbitro olhará para as vantagens, ganhando quem tiver maior número, caso continuem empatados, perderá aquele que tiver o maior número de punições, porem se com todos estes critérios a luta terminar empatada em pontos vantagens e punições, caberá ao árbitro decidir quem será o vencedor pois nenhuma luta pode ter no final um empate. Medidores O medidor verificará antes da luta, o comprimento das unhas dos atletas, cor e estado da faixa e o estado do kimono (deverá passar pelo padrão exigido pelo medidor oficial da CBJJ) |
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Artigo 4º - Gestos O árbitro central fará os gestos abaixo, indicados de acordo com as ações seguintes:
Artigo 5º - Decisão das lutas Não haverá empate, as lutas serão decididas por: I- DESISTÊNCIA II- DESCLASSIFICAÇÃO 2o ) Punição: Na 1ª advertência o atleta será chamado a atenção, Na 2ª advertência o atleta recebe a punição com 1 vantagem para o adversário. Na 3o advertência o atleta recebe a 2ª punição com 2 pontos para o adversário e sucessivamente até a desclassificação. Após a 3o advertência o Árbitro poderá desclassificar a qualquer outra falta . a) O atleta só poderá ajoelhar-se quando já estiver segurado no kimono do adversário. b) Quando o atleta ou ambos os atletas, em pé foge para as extremidades da área de luta, evitando o combate, ou quando na luta de chão, foge arrastando-se para fora do ringue, ou quando na luta de chão, foge do combate ficando em pé evitando luta no chão, ou propositadamente pisa fora da área de luta para ganhar tempo. c) Quando o atleta foge do combate retirando, ou propiciando a retirada do próprio kimono, a fim de paralisar a luta para descanso ou evitar os ataques do adversário. d) Quando o atleta segura na boca das mangas com os dedos virados para a parte interior das mangas, ou das calças, ou com as duas mãos na faixa do adversário. e) Quando o atleta procura evitar o combate (amarrar a luta) segurando seu adversário sem procurar combater ou finalizar a luta, estando na guarda pôr cima ou pôr baixo, nas imobilizações, em pé ou em qualquer posição que esteja nítida a falta de combatividade, terá depois de estabilizada a posição 20 segundos marcada à solicitação do Árbitro que dará uma advertência dizendo a palavra ”LUTE” seguido do gesto de amarração. Após este tempo, se o atleta não estiver tentado um ataque ou mudado de posição, o árbitro falará novamente a palavra “LUTE” seguido do gesto de amarração e o atleta será punido com uma vantagem para o adversário e, permanecendo na posição, o árbitro interromperá a luta e o atleta será punido novamente com dois pontos para o adversário e a luta se reiniciará em pé, podendo ser desclassificado na terceira advertência. f) Obs: Punição c/ perda direta de 2 pontos:
III – PERDA DOS SENTIDOS
IV – PONTOS 1o - Pontos positivos IMPORTANTE São posições conquistadas tecnicamente, e que se apresentam como as importantes em termos de estratégia de luta e finalização em golpes. Não havendo finalização, estas posições são assinaladas e convertidas em pontos através dos seguintes critérios: Obs 4:Quando um dos atletas consegue dar uma queda no outro, e caindo ao solo o que foi projetado pela queda consegue rolar e ir para cima. Conta os dois pontos de quem deu a queda e vantagem para o que foi para cima. Desde que o que deu a queda não caia na guarda, que contará como raspagem e valerá 2 pontos. b) Passagem de guarda: É quando o atleta estiver pôr cima do adversário, estando entre as pernas deste, preso ou não. Podendo, no entanto estar pôr cima de uma das pernas e sendo preso pela outra perna, ai consideramos a posição de meia guarda, a passagem de guarda, é quando o atleta pôr cima passa para o lado do adversário, ficando na posição transversal ou longitudinal, do tronco e mantendo-o dominado, segurando o braço, a cabeça ou mesmo o tronco do adversário, e este sem meio de sair deste domínio estando de lado ou de costas no solo. 3 pontos. OBS: O atleta que estiver pôr baixo que não permitir este domínio, no decorrer da movimentação, emborcar, isto é, ficar de joelhos ou mesmo em pé, não será considerado passagem, e sim uma vantagem. c) Joelho na barriga: É quando o atleta estiver pôr cima do lado e colocar o joelho na barriga do adversário que está pôr baixo, segurando o braço, a gola ou mesmo a faixa, dominando-o e a outra perna semiflexionada com o pé apoiado no solo. 2 pontos . Obs.: Se o atleta que estiver pôr baixo, não permitir a colocação do joelho na barriga e se o de cima também não estiver com o pé apoiado no solo, não será considerado ponto, e sim uma vantagem.Não será considerado nada, nem vantagem quando o atleta coloca o joelho que esta próximo da cabeça na barriga e não o joelho que esta próximo das pernas, isto é: ele fica de frente para as pernas do adversário e não de frente para a cabeça. Obs 1: Não será considerada raspagem todo o movimento de inversão (capotagem) sem que seja partindo (iniciado) de dentro da guarda ou meia guarda do atleta que está pôr baixo. Obs 2: Quando o atleta é raspado e vira de costas para o que raspou não consolidar a posição, mas o que raspou consegue segura-lo indo para cima e se mantendo nas costas mesmo sem os ganchos, caracteriza a raspagem, desde que o adversário esteja com pelo menos um joelho no chão. Obs 3: Se o atleta partir da guarda para a posição em pé derrubando o adversário será considerado raspagem, portanto o atleta deverá estabilizar a posição por cima para ganhar os 2 pontos Pontos Cumulativos V – VANTAGENS
a. O que está por cima fará jus a esta vantagem se estiver em ofensiva, tentando dominar a guarda de seu adversário (passar), para que o Árbitro considere a vantagem o atleta que está por cima tem que chegar em posições de quase passagem, obrigando o adversário a gastar grande energia para repor a posição. Ex: (meia guarda, quase conseguir a imobilização, conseguir emborcar e manter a posição por 3 segundos, etc...).
Em caso de placar empatado o árbitro deve considerar os seguintes critérios para o desempate:
Artigo 6º - Restrições
De 04 a 12 anos:
De 13 a 15 anos:
De 16 a 17 anos e adulto faixa branca:
De Adulto a Sênior 5 (faixas azul e roxa)
Adulto à Sênior 5 (faixas marrom e preta)
Artigo 7º - Higiene
Artigo 8º - Kimono Os competidores deverão usar os kimonos atendendo as seguintes condições:
Obs: A qualquer competidor que deixar de cumprir os requisitos do artigo 7º e 8º, será negado o direito de participação nas lutas, devendo o seu oponente ser declarado vencedor. Artigo 9º Categorias por faixa etária PRÉ-MIRIM – 4,5 e 6 anos Artigo 10º - Duração das lutas Para os campeonatos o tempo de duração das lutas serão:
Artigo 11º - Pontos atribuídos para os atletas de acordo com a colocação a) Campeão – 9 pontos Artigo 12º - Critérios para desempate de um campeonato em caso de academias com o mesmo número de pontos Maior número de medalhas de ouro. Artigo 13º - Direção e decisão das lutas 01) Todos aqueles que estiverem em função oficial na competição, como técnicos, professores, diretores, árbitros, anotadores, mesários e cronometristas, estarão sujeitos a punições caso resolvam dar instruções aos lutadores dentro da área demarcada de competição. LOCAIS PERMITIDOS PARA OS PATCHES |
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Agradecimentos Queremos agradecer a todas as pessoas que colaboraram com este manual de regras, que nada mais é uma adaptação moderna do criado a mais de 20 anos pelos professores e Grandes Mestres Carlos e Hélio Gracie. Quando fundaram a Federação de Jiu-Jitsu do Estado da Guanabara. Muitos ajudaram neste manual, que podemos enumerar como Dr. Écio Leal e Mestre Pedro Hemetério. Nesta versão nova temos como colaboradores Mestre Mansor, Mestre Alvaro Barreto, , Mestre Carlos Robson Gracie, Mestre Osvaldo Alves, Mestre Flavio Behering, Professor José Henrique Leão Teixeira, Professor Assed Naked Hadad, Professor Roiler Gracie, Professor Fernando Guimarães, Sr. Presidente da LERJJI Silvio Pereira, Professor Carlos Gracie Jr. e Professor Alvaro Mansor Guarçoni. |